Lúbrica
Vai sendo cada vez mais complicado vir cá postar, tendo em conta que faltam apenas 2 semanas para o fim do semestre e estamos atulhados de trabalho! Nem quero pensar como vai ser a época de exames... No entanto, seja porque achei giro, seja porque sou parva, ou simplesmente porque estou farta de estar colada ao monitor a fazer o trabalho de Políticas Públicas, trago-vos poesia! Sim! E não é um poema qualquer: além de se tratar do meu querido Cesário Verde, não queria deixar de partilhar convosco um poema que me causou fortes gargalhadas! Vocês vão perceber porquê...
Lúbrica
Mandaste-me dizer,
No teu bilhete ardente,
Que hás-de por mim morrer,
Morrer muito contente.
Lançaste no papel
As mais lascivas frases;
A carta era um painel
De cenas de rapazes!
Ó cálida mulher,
Teus dedos delicados
Traçaram do prazer
Os quadros depravados!
Contudo, um teu olhar
É muito mais fogoso,
Que a febre epistolar
Do teu bilhete ansioso:
Do teu rostinho oval
Os olhos tão nefandos
Traduzem menos mal
Os vícios execrandos.
Teus olhos sensuais
Libidinosa Marta,
Teus olhos dizem mais
Que a tua própria carta.
As grandes comoções
Tu, neles, sempre espelhas;
São lúbricas paixões
As vívidas centelhas...
Teus olhos imorais,
Mulher, que me dissecas,
Teus olhos dizem mais,
Que muitas bibliotecas!
Porto, Diário da Tarde, 3 de Dezembro de 1873 (in O Livro de Cesário Verde)
:) *marta*
Hey!! Como todos sabem, também sou uma grande apreciadora da poesia de Cesário Verde, mas acho especial piada a este poema por «espelhar» tão bem o teu intímo libidinoso, martinha...LOL ;p
'Tás cá com uns olhos sensuais...lol
Beijinhos a toda a bolha******
tás cá com uma líbido!!!
mini-prato