Traje Académico: Obscenidade ou Prestígio?

Como é apanágio da nossa bolha, vim aqui hoje para espremer mais um bocadinho da laranja sociológica, desta vez no que diz respeito à reacção das pessoas ao traje académico.
A primeira vez que usei traje académico (acompanhada pelas manas cuscas porque a mana cusca honorária não o traz para a capital e nenhum dos meninos se convence a comprá-lo...), foi na noite do jantar do caloiro, sobre o qual não me vou deter porque acho que nós não merecemos recordar.
Adiante. Nessa noite, o uso do traje académico por três raparigas foi alvo dos comentários mais obscenos por nós alguma vez ouvidos, vindos de chungas, bêbados e rapazes desconhecidos em geral.
Já hoje, resolvemos experimentar usar o traje durante o dia e as reacções foram totalmente diferentes: membros do corpo docente que nunca nos falam dizem-nos olá com um sorriso, figuras dos altos quadros da faculdade e da universidade cumprimentam-nos afavelmente, as pessoas na rua sorriem e (pasme-se) quando ia a entrar no autocarro de regresso a casa, dois senhores que estavam à minha frente na fila, cederam-me passagem para entrar primeiro.
Ora, esta assimetria de reacções consoante a hora do dia é digna de espanto e dúvida...Por que será que o traje académico parece ser sinónimo de obscenidade durante a noite e de prestígio durante o dia? Terá a ver com o grau de alcoolémia de quem o vê? Ou será que a noite aguça a imaginação e um fato que vai do pescoço até abaixo do joelho e tem, por cima, uma capa até aos pés, ganha, de repente, toda uma nova aparência de vestido decotado e provocante? Deixo-vos com estas pertinentes e, acima de tudo, inúteis (lol) questões.
Beijinhos*Sara*