terça-feira, junho 27, 2006

Ultimate truth

"O amor não existe!".
Continuo a apregoá-lo, do alto dos meus 21 anos, como a maior verdade do mundo, tão antiga como a mais velha profissão. Aquele amor que idealizamos, perfeito, sem convulsões, sem antagonismos, pleno de certezas, não existe! E se existe, nós considerámo-lo monótono, chatinho, sem espontaneidade... O príncipe encantado que nos vem resgatar, montado no seu belo cavalo branco, e lutar por nós até à morte contra um perigoso dragão, vivendo depois juntos "felizes para sempre", só mesmo nos contos de fada. E nem eu sou uma pobre donzela em apuros, nem os dragões existem, quanto mais os príncipes encantados!
Depois, vêm os sapos; estes serão aqueles que nós permitimos que se aproximem de nós porque já estamos tão desesperadas que acreditamos piamente que ao beijá-los, eles se irão transformar em belos rapagões que nos irão tirar o fôlego! Again, wrong! O mais provável é serem aqueles que andam atrás de nós há tanto tempo que, numa mistura de pena, com desejo de compensação e desespero, nos atirámos de cabeça (normalmente para bater com ela no fundo de algum charco). Estes tratam-nos tão bem que enjoa e só ficaremos com eles por falta de opção, já que nem uma discussão para apimentar as coisas é possível (para eles, nós temos sempre razão!).
A seguir, vêm os homens reais. É por estes que nós nos apaixonamos. Cheios de defeitos, ou não teriam metade do interesse. Feios, porcos e maus, não interessa. São eles que nos fazem suspirar. São também eles quem nos parte o coração. Traições, discussões constantes, ciúmes excessivos, obsessão/desinteresse, as formas são múltiplas e o resultado é sempre o mesmo... podemos afirmar que "foi pelo melhor", mas o estrago foi feito...no ego (e na linha)! Alguém me disse uma vez que uma relação é feita de três coisas: amor, amizade e sexo. Eu concordo. Depois da paixão (que dura cerca de 18meses) que fica? Uma grande amizade e/ou amor, numa minoria dos casos. Acomodação, 90% das vezes. Medo de mudar? Receio de não encontrar mais ninguém? Cagufa de ficar sozinha para o resto da vida? Quem sabe? Os homens reais partem corações, mas talvez sejam capazes de os reconstruir...
O amor pode existir, mas nem sempre ele pode vencer... this is the ultimate truth!

bjinho*mini-prato*

4 Comments:

Blogger Bolha said...

Aiiiiiiii, estou baralhada Narsunis :S Em parte concordo contigo (a tua descrição dos "sapos" encaixa tão bem numa coisa que eu cá sei que até assusta! :p e em príncipes encantados também não acredito!), quanto ao resto... gostava de não te dar razão, seria muito bom sinal mesmo! Quantas e quantas vezes já falámos sobre isto... É certo que a acomodação muitas vezes se substitui ao amor, e todos os medos sentidos, principalmente o de se ficar sozinho, acabam por motivar esse tipo de comportamento - cobarde, do meu ponto de vista! Vale sempre a pena arriscar, até porque ser solteiro não é necessariamente mau (nós que o digamos, não é meninas?). Como eu dizia há alguns meses, "no guts, no glory!" Mas ao mesmo tempo que digo isto, recuso-me (porque sim, porque tem de ser, porque ainda tem de valer a pena) a acreditar que o amor não existe! Ninguém o quer perfeito e sem conturbações, sem dúvidas e discussões, sem medos e inseguranças... Ele é como é, antagónico em si mesmo... Talvez o facto de não o sentirmos na sua pureza original há já algum tempo (se é que alguma vez assim o percepcionámos) é que nos leve a negar a sua existência! Homens reais e cheios de defeitos? Sim, por favor! Mas, de preferência e como tu dizes, com a capacidade de reconstruir, progressivamente, o que outros deitaram abaixo... nem que usem primeiro uns "pós de fada", daqueles que nos fazem andar com a cabeça nas nuvens, mas que depois, por serem tão verdadeiros e reais, nos mantenham encantadas (mas não adormecidas!) durante muito tempo...

*matuxa*

3:50 da manhã  
Blogger Bolha said...

Epah aqui quem tem direito a estar baralhada sou eu! E realmente estou...:S
A terapia de choque pela qual tenho passado este ano faz-me cada vez mais constatar que príncipes não existem; príncipes só mesmo os do Finalmente...ou melhor, princesas!
Realmente, como diz a Martunis, esta conversa é como o prato do dia da cantina dos ricos, arrasta-se durante toda a semana...
Acho, sinceramente, que esta nossa desilusão com os homens ( e até com as suas hormonas, quem diria!)deriva principalmente do facto de andarmos a ser ultimamente tão maltratadas por essa raça. É por isto que nestas alturas acabamos por tropeçar em sapos que, apesar de sabermos que nunca se transformarão em príncipes,acabam por dar para o gasto...é cruel, mas é a verdade. Também acho que é um acto de cobardia, de tapar os olhos para não vermos o erro que estamos a cometer. Temos que saber o que valemos e não aceitar ( por muito que custe, eu sei) o que sabemos que não nos preenche.
Não obstante toda a amargura que possamos sentir, acho que, lá no fundo, todas estas pêgas continuam a acreditar que há algo melhor, que nos fará sorrir ao volante do carro sem ar condicionado no meio do trânsito, que nos fará perder o apetite logo de manhã, já que o nosso estômago já está saciado com tantas farfallas...Acho que se não acreditássemos nisso, não tinhamos tido a coragem de pôr de parte os sapos comodistas e de arriscar,mesmo que o resultado não seja o mais esperado :P Porque o importante é arriscar. Já diz o Tesoro, no guts no glory.. e nós somos mulheres de tomates!!!
Já que é assim, então que venham os "feios, porcos e maus", irresistíveis na sua imperfeição. Já que desmancham, esperemos que também saibam reconstruir, nem que seja começando por um bom jantar ;)
E para os sapos que insistem em não desaparecer no charco, só há uma única coisa a fazer...como diria a Diana Krall, "come on and cry me a river, I cried a river over you..."

*farfis*(que isto de samantha não teve nada.. mas mesmo assim portei-me bem!! ;p)

7:10 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Não estou aqui para dizer o que vocês esstão fartas de ouvir da minha boca...estou aqui para dizer que "ouvir-vos" falar assim destes sentimentos contrários que o amor provoca é muito mais bonito, que quando encarnam essas personagens ficticias (que na minha opinião pouco têm a ver com vocês) do Sexo e a Cidade. Mesmo que discorde em alguns pontos, gosto de vos ouvir falar assim.Há razão nestas vossas palavras, e não apenas mágoa com qualquer coisa.

*Alentejohny*

6:33 da tarde  
Blogger Bolha said...

Pois é, Narsunis, também eu não posso deixar de concordar contigo em vários pontos... Revejo-me totalmente na história do sapo, que nunca se transforma e pincípe e sei perfeitamente que os princípes encantados não existem. Mas a realidade é que nós não queremos princípes encantados...O que nós queremos são homens cheios de imperfeições, que se moldem às nossas, cheios de vontade de nos contradizer, mas que saibam dizer «sim» quando precisamos de ouvir e, que seja «porcos, feios e maus», mas que saibam deitar abaixo as barreiras que outros ajudaram a erguer...É este o amor que secretamente (ou ja nem por isso lol) quero acreditar que existe! Um amor real, sem cavalos brancos, mas com verdade... Mesmo que no inicio nos «estupidifique» com a paixão, ou que, em alguma altura acabe sempre por nos magoar, talvez ainda valha a pena acreditar no amor...
Abaixo os princípes, os sapos e os monstros...Vivam os homens reais, mesmo com defeitos e discussões! Porque se é para acreditar, que seja em alguma coisa que realmente existe...acho que só assim podemos minimizar as hipóteses de (mais) desilusões, sem cairmos no cínismo absoluto.

*Sarunis*

6:52 da tarde  

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