quinta-feira, fevereiro 09, 2006

A grandeza dos pequenos


Aviso desde já que este post é puro nonsense. Veio-me à cabeça durante uma madrugada de insónias (coisa que tem sido frequente ultimamente), depois de ter protagonizado uma cena caricata no supermercado durante a tarde...
Quem me conhece já me ouviu gritar a plenos pulmões que gostaria de ser GRANDE: bem, "grande" no sentido de ter uns centrímetros a mais! Desabafo frequentemente este meu pequeno desejo com um amigo meu que, obviamente, não faz mais do que esboçar um sorriso. Sim, porque ninguém com quase 21 anos vai crescer consideravelmente...
Este meu amigo (a quem eu carinhosamente chamo de "caganita" - não como forma de vingança, note-se) não consegue compreender muito bem os meus argumentos, os quais passarei a enunciar:
1º- Gente GRANDE não é vitima de acções violentas desencadeadas pelo cidadão comum num espaço público, nomeadamente pisadelas, encontrões ou cotoveladas;
2º- Gente GRANDE não tem que abusar da generosidade de amigos que oferecem os seus ombros de maneira a poder, pelo menos, vislumbrar a cabeça do cantor durante um espectáculo(sim, porque senão lá iam para o camandro os 27 euros gastos para ver os Coldplay!);
3º- Gente GRANDE não é forçada a gastar tempo e dinheiro a fazer bainhas de mais de 10cm nas calças;
4º- Gente GRANDE não é forçada a usar sapatos de salto alto ou botas para parecer que tem mais de 15 anos;
5º- Gente GRANDE não é obrigada a possuir braços de tipo Inspector Gadget para conseguir tirar os tickets nos parques de estacionamento das grandes superfícies;
6º- Gente GRANDE não é forçada a elevar-se de forma ridicula para bater em alguém ou até mesmo fazer algum gesto carinhoso (acreditem, para o bem ou para o mal eu sou íntima da maioria dos passeios deste país);
7º-Gente GRANDE não é forçada a fazer figuras tristes em cozinhas, lojas, supermercados...ou seja, em estabelecimentos com mais de 3 níveis de prateleiras por corredor;
Ora bem, era aqui que eu queria chegar.
Certo dia, depois de mais uma vez me ter lamentado ao meu amigo sobre a minha pequenez, desloquei-me "catitamente" ao supermercado para comprar um simples pacote de arroz para o jantar. Quando chego ao corredor do dito produto, constato que este (cuja marca-a minha preferida-não irei referir por motivos publicitários) se encontrava na última prateleira. Pois bem, começa a minha odisseia. Qual acrobata do circo Cardinali, estico-me o mais que posso para tentar agarrar (nem que fosse com a ponta dos dedos) o miserável pacote. Então não é que o filho da p* estava mesmo encostado ao fundo da prateleira?? Depois de inúmeras tentativas, todas elas com resultados desastrosos, chego á conclusão que a coisa mais sensata a fazer não é pedir ajuda a um funcionário (rebaixar-me?? nunca!!), mas sim levar um pacote que estivesse mais acessível, isto é, ao alcance das minhas mãos. Ao proceder desta maneira vi-me mais tarde obrigada a escutar silenciosamente a minha mãe que resmungava por eu ter comprado um arroz diferente e quase 30 cêntimos mais caro! Moral da história: em situações de extremo, o melhor é enfiarmos o orgulho num sitio sobejamente conhecido e pedirmos ajuda a quem sabe e a quem está lá para a dar, sob pena de furarmos o tímpano com os elevados decibéis maternos...
Posto isto, creio que seria perfeitamente exequível a edificação de pequenos degraus neste tipo de estabelecimentos. Sim, porque o meu tempo de trepadora de prateleiras já passou!
A gente pequena agradece.

*Nota: quando se lê "gente pequena" de modo algum se deve subentender "gente pequena com espírito e/ou intelecto pequeno". Tenho para mim que os mais pequenos são os que possuem maior grandeza por metro quadrado.Está tudo condensado, amigos!!

*sam*

PS-Eu avisei que era puro nonsense. Espero que ao menos seja um pouco mais de suminho sociológico...

3 Comments:

Blogger Bolha said...

Olha mulher tou parva pa minha vida! Devias ter insónias mais vezes só para nos brindares com coisas destas! Isto está mesmo muito bom! Apesar de só ter mais 5cm k tu, tb eu sofro cada vez que é preciso chegar à última prateleira do supermercado... por tudo isto, um grande bem-haja à tua pessoa e às tuas ideias visionárias, abrilhantadas por vocabulário autenticamente genuíno de uma semi-finalista de CPRI, polvilhado com advérbios de modo, os quais aprecio amiúde! Quanto aos decibéis maternos, uuuffff... quem não os conhece já? Patience my darling...

love u* carrie

p.s. - mal posso esperar pelo comment d márcia ;)

4:33 da manhã  
Blogger Bolha said...

Mas que post brutal, mana cusca farfalla! Faço aqui uma vénia ao post e ao brilhante sarcasmo aplicado. Adorei os argumentos e a história (real) é deliciosa! Fora os décibeis da mãe, claro, e para isso não ha nd a fazer...Foram tdas feitas c o mesmo molde.
Posto isto, só tenho a dizer q és pequenina de tamanho, mas MUITO GRANDE de coração, de carácter e de intelecto (como, aliás, o próprio post comprova) e é isso q é realmente importante e que faz com que tu ocupes um lugar enorme nos nossos corações!;)
baci*
*Sara*

1:54 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Oh Ritxinha o que foi isto aqui?!, deves ter a mania que as insonias gora servem para fazer posts destes. Esta realmente excelente! Apesar de ser alto o suficiente para não sofrer desses problemas, acho k tu tb nao tens k te preocupar pk tu és GRANDE!

Beijinhos e Abraços

*Alentejohny*

PS - Foi um prazer ajudar-te a ver os Coldplay ;)

2:39 da manhã  

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