"Diz que é uma espécie de magazine" mas a mim não me convenceu, até porque parece mais uma espécie de "Contra-Informação" mas com pessoas
Enquanto fã incondicional do Ricardo, do Zé, do Tiago e do Miguel desde o primeiro momento em que apareceram na Sic Radical (ainda nas rubricas do "Perfeito Anormal" com o Markl e o Alvim), aguardava este novo programa do Gato Fedorento com alguma ansiedade. Fez-se mistério e no fim apanhei uma valente banhada. O estilo não lhes assenta e estão a enveredar por um caminho perigoso - do qual nem a comparação do seu modo de apresentar o programa com o Carlos Lopes numa gala dos prémios "Nova Gente" os poderá salvar. Já foi um risco começarem a representar os seus próprios textos, o que acabou por lhes correr até bastante bem - cada um à sua maneira sempre me arrancou valentes gargalhadas. Ontem à noite não só me apeteceu mudar de canal, como o único momento que valeu a pena foi, quanto a mim, a imitação genial de Salazar pelo RAP.
Acredito perfeitamente que lhes apeteça mudar e que não queiram estar colados a um rótulo, mas este pseudo talk show com sketches pelo meio não me conveceu - foram os sketches mais fraquinhos que os vi fazer... Para mim, Gato Fedorento sempre significou uma lufada de ar fresco no humor feito em Portugal - num canal por cabo, estavam-se nas tintas se as pessoas gostavam do humor deles. Simplesmente faziam o que lhes apetecia porque não estavam sujeitos à "guilhotina" das audiências - era puro non sense, com ou sem jeito para representar, e isso era genial. Claro que com a ida para um canal generalista a coisa muda de figura, bem como a qualidade.
Em televisão é preciso evitar "mais do mesmo" - já bem basta o estado em que os quatro canais nacionais deixaram a programação televisiva. Um programa que "fala da actualidade" mas com humorismo é o "Contra-Informação": o jornalista apresenta a notícia da actualidade (ou a não-notícia), a qual é satirizada pela imitação dos respectivos intervenientes, sejam eles responsáveis governativos, apresentadores de televisão, entre outros. Isso foi o que eu vi ontem à noite, mas com pessoas e não com bonecos manipulados. Imitações da Maria Elisa, do Paulo Bento e, acima de tudo o que mais me desiludiu, da Floribella. Até eles não conseguem evitar satirizá-la... A Teresa Guilherme deve estar felicíssima. Além de que o estilo de falar da actualidade e depois ter um sketch que demonstre do que se fala é muito o estilo de Herman José (também esse, quanto a mim, com uma imagem mais que desgastada), com as suas fiéis Ana Bola, Maria Rueff e Maria Vieira.
Não digo que perderam uma fã, isso seria demasiado drástico, mas perderam uma espectadora deste vosso novo programa. Rapazes, salvem-se enquanto é tempo: parem de fazer anúncios, peguem nos vossos papéis e canetas e fujam para a RTPN - lá podem continuar a fazer humor que não dá audiência!
*matuxa*