sexta-feira, setembro 08, 2006

Assustador...

Enquanto me actualizava em termos de leitura de blogs que muito me aprazem, após um mês sem navegar na web, deparei-me com o inesperado... Perdoa-me João, mas este post é essencialmente dirigido às meninas, que, de certeza, se vão arrepiar a ler isto tanto como eu me arrepiei! A coincidência é grande demais, pelo que não consegui deixá-la passar em branco.

"[...] Num curto resumo, posso dizer que o nosso relacionamento terminou [...] sem qualquer tipo de discussão ou comportamentos menos correctos. Apesar disso, não mantemos o que se pode chamar de amizade, limitamos o nosso contacto a uma simpática mensagem de aniversário, apenas e só. Acho que quando fomos tão íntimos de alguém se torna complicado fazer dessa pessoa uma amiga, como qualquer outra, sem que exista algum embaraço ou confusão à mistura. A verdade é que ele começou a namorar uma rapariga de 17 anos, muito teimosa, cheia de si e que acreditava que tinha sempre razão. Terminou o namoro com uma de 20 anos, que ainda não sabia o que queria, mas que tinha a certeza que não era o relacionamento que estava a ter. Uma vez que a decisão de terminar partiu de mim, confesso que carreguei, até hoje, uma certa sensação de culpa. Esta atitude pode até sugerir algum egocentrismo, porém, a verdade é que sei que o magoei e custou-me lidar com isso. Lembro-me de, dias antes de conversar com ele sobre a separação, me recriminar por não gostar dele o suficiente. Culpei-me por não desejar partilhar os seus projectos de futuro comigo, de desejar que ele fosse tudo o que não era. [...] Sentia-me cada vez pior e, apesar de ele o saber, nunca se atreveu a dar o primeiro passo, a perguntar o que se passava. A certa altura percebi que a situação não era justa para nenhum, eu não era feliz e jamais o conseguiria fazer feliz a ele. Como não sei lidar com a mentira fui obrigada a enfrentar a verdade. Ele fez parte da minha vida durante 3 anos e em uma hora expulsei-o dela. [...] Sei que ele queria casar e ter filhos, portanto espero que tenha encontrado a pessoa certa para isso. Após o final deste namoro fiquei muito tempo sem me querer envolver com alguém, apenas por medo. Pensava que qualquer relacionamento que tivesse ia terminar e não queria passar por isso de novo, não queria sofrer tudo o que tinha sofrido. A certa altura esse receio desapareceu. Acho que cresci e percebi melhor o funcionamento da vida. Compreendi que pela pessoa certa vale a pena arriscar. Passei muito tempo sozinha, o que me permitiu conhecer a mim mesma. Comprometi-me a não me conformar com namoros que não causassem taquicardias, a não preferir a segurança ao risco sentimental. Finalmente sabia o que procurava e não me ia contentar com algo menos que isso.Posso dizer, sem falsas modéstias, que hoje sou uma pessoa muito melhor que era antes. Estou mais velha, facto que me permite ter cometido erros no passado e ter já sabedoria para não os repetir no presente." (www.afastademimessecalice.blogspot.com)

Obrigado Iola. É tudo o que alguma vez pensei e senti, mas nunca consegui exprimir tão bem em palavras.

*marta*

3 Comments:

Blogger Iola said...

Eu é que agradeço. Fiquei surpreendida e bastante contente quando me deparei com um excerto de um post meu, digamos que é o momento mais próximo a que já estive da ribalta, situação que o meu ego agradece.
Dá-me uma sincera alegria saber que alguém percebe o que pretendo dizer com algumas, às vezes muitas, linhas. É sempre bom sentir que não somos os únicos a passar por determinadas situações, de alguma forma estranha encontra-se aí um certo consolo. Portanto, quem tem de agradecer sou eu. Obrigado.

1:34 da tarde  
Blogger Bolha said...

Meu Deusinho, a semelhança de situações é de facto nítida e se a autoria do texto não estivesse devidamente assinalada, eu acreditaria facilmente que grande parte deste texto tivesse sido escrita por ti, mein liebe. É a prova de que muita gente passa pelo mesmo e que, tal como tu, se acaba por aprender com isso e por se tornar numa pessoa melhor, mais feliz e mais independente. E, acima de tudo, consciente de que merece mais e melhor e disposta e lutar por isso! E esta última é uma lição para todas nós, com ou sem histórias parecidas. Obrigada Iola e volta sempre!:)

beijinhos
*sara*

6:01 da tarde  
Blogger Bolha said...

Realmente parece que a nossa vizinha do blog leu os teus pensamentos.... acho que o texto diz tudo, o quão estranho é este tipo de relações, a dificuldade que existe em saber geri-las. Mas o mais importante é que, apesar de alguns momentos mais constrangedores, tu tens consciência de que foi o melhor para ti e que essa experiência te ajudou em muito.
Vai que é tua mamãe ;p

*dauphine*

6:12 da manhã  

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