Guterres nunca mais

Não podia ir para casa e esperar por Segunda feira para partilhar mais uma tarde diferente na FCSH. Aliás eu até pensei que vos iria encontrar mas pelos vistos a Conferência não vos chamou muito à atenção. Ficando eu cá em Lisboa, e estando a uns meros cinco minutos da faculdade resolvi aparecer. O tema até me parecia interessante, e o orador principal, goste-se ou não, era um Nobel da Paz.
Antes de mais uma constatação, que provavelmente vocês já teriam feito. Eu só hoje vi a vossa querida Pipinha, o que coloca a questão: porquê todas as professoras de ecologia humana ou demografia serem loiras? É um atributo essencial?
Outra das principais figuras presentes na Conferência foi a já velhota senhora Maria Barroso (não, o senhor dela ainda deve estar a recuperar). Não só estava presente como no fim ainda trocou umas palavras com o nosso João Aleluia.
Dois dos mais miticos professores do nosso curso, Cardia e Canaveira, também marcaram presença. O Cardia ainda ameaçou intervir mas felizmente isso não aconteceu. Parecia querer levantar-se da cadeira mas aguentou-se e manteve-se sentado até ao fim. Deve-se ter deixado dormir durante a conferência. O Senhor Espectáculo manteve-se bastante discreto durante a Conferência.
Entre outros professores, muitos alunos, de vários cursos enchiam o auditório. E para além destes mais umas pessoas que eu não sei quem seriam, alguns pareciam mesmo timorenses, e ainda um pequeno regimento da comunicação social (com a Rádio Renascença, RCP, Agência Lusa, A Capital)
Em relação ao Ministro dos Negócios Estrangeiros de Timor, o Dr. Ramos Horta, mostrou ser uma pessoa muito agradavel e com bastante sentido de humor, bem como só o pelo facto de ser alguem que já pisou mais de cem países e tem mais de 30 anos de experiência de Nações Unidas já merece o meu respeito.Não vou entrar aqui com o tema da conferência, e com questões de proximidade aos EUA.
Um dos momentos altos da conferência foi quando Ramos Horta falava algo de António Guterres, uma senhora levanta-se, grita "Guterres nunca mais" e sai da sala. Acho que ninguém percebeu o que se passou.
As perguntas dos jornalistas giraram essencialmente em torno da questão da candidatura ou não a Secretário Geral da ONU, cujas respostas o Cardia comparou (não na conferência) com as respostas de Cavaco Silva quando ainda não era candidato oficial.
Outra das questões veio de uma colega de CPRI, que até começou bem com um discurso sentido sobre a questão dos genocidios. Mas numa altura em que já todos tinhamos percebido a ideia acho que era desnecessário quantos litros de sangue seriam precisos derramar, quantas crianças eram precisas morrer, etc.
Numa apreciação geral sobre a conferência penso que foi muito positiva, e pelas pessoas com que falei todas gostaram bastante.

A Conferência acaba mas a tarde ainda não. É que depois de ouvir o Ramos Horta ainda acabei a lanchar com um grupo de colegas e não só. Para além dos colegas estava nada mais, nada menos, Cardia. E não podia deixar de referir algumas dessas palavras. Uma das pérolas foi: "pagam-me 80mil euros/ano, para andar aqui a gozar com isto". Depois disto falou de muitas das suas experiências, e ainda teve tempo para desancar no Vasco Rato. Entre outras coisas disse que tinha sido ele e o Canaveira que tinham impedido de alguma forma que ele viesse dar aulas aqui na faculdade, parece que em vez dele terá vindo o Toninho.
Para além disto, ainda houve tempo para promover o seu livro:"o meu livro está entre Hobbes e Harendt", "quem tiver a felicidade de comprar o meu livro", "é um livro que não está de acordo com o que se pensa em Portugal".

E assim foi mais uma tarde passada na FCSH.

Beijinhos e Abraços

*Alentejohny*

PS - Não tem nada a ver, mas o dia começou com uma noticia não muito positiva...o sorteio da Liga dos Campeões colocou-nos frente a frente com o todo poderoso Barcelona. Vai ser um jogo muito complicado, mas lá dentro a bola é redonda e enquanto houver uma pequena hipótese é acreditar que estaremos nas meias finais. SLB SLB SLB SLB SLB