sábado, setembro 13, 2008

Crónica de uma morte anunciada

Hoje o meu Pipi morreu. Quando soube que a sua morte estava para breve, passei por ele para me despedir. Olhei-o com timidez, com medo que quem passasse me chamasse louca por protagonizar aquela cena fatídica com ele. Toquei-lhe ao de leve, sorri e virei costas, recordando no caminho de volta todos os momentos que tinha vivido com ele.
Lembro-me perfeitamente como se fosse hoje do dia em que ele me foi apresentado: eu nervosa, completamente inexperiente, mas estranhamente imbuída de uma grande vontade de o levar comigo. Lembro-me de como ele tão bem acolheu todos os meus amigos, e vocês bem sabem como ele vos aturou noite após noite! Claro que também me lembro das suas birras matinais, da sua necessidade de calor para arrancar em força, do pedido de mimos quando tinha que subir, mas isso só fazia parte do seu feitio especial...
Como em muitas outras coisas da minha vida, adorava a relação de amor-ódio que tinha com ele...tanto éramos inseparáveis e confidentes, como me deitava por terra sempre que me abandonava sem pré-aviso, sem um "Olha hoje não me pegues porque acho que vem aí uma constipaçãozita e eu não me aguento o dia inteiro".
Agora que a única coisa que me resta dele é um mísero autocolante dos "Parques Tejo", a saudade já é mais do que muita. Ainda que a chegada do seu substituto esteja para breve, o meu pipi vai ser sempre o meu pipi.
Será assim tão patético apegarmo-nos a uma simples caixa de fóforos com 4 rodas?

*Rita*

5 Comments:

Blogger bolha said...

O teu querido Pipi deixará, realmente, muitas saudades...Grande companheiro para noitadas, cafés, conversas e aventuras. É verdade que tinha o seu feitio muito especial e que quando fazia as suas birras dava-te grandes dores de cabeça, mas, no fundo, tornou-se para ti e para nós, parte da família.

Cumpriu bem o seu papel e esperemos agora que o seu lindo substituto, que chegará em breve, possa também ser cúmplice e testemunha de viagens e aventuras, tão bem como foi o Pipi. Que descanse paz e que nunca possa falar, se não estamos todas f******. LOL ;p

*Sarunis*

4:05 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Não é estranho quando a coisa em questão é o Pipi, que nos acompanhou em tantas noitadas e que, coitado, ficava sempre todo cagado depois da nossa presença, fosse de areia da praia ou de massa folhada das merendas às 4 da manhã ;)

Como a Sarinha diz agora chegou o momento do legado ser transmitido. Também estamos cada vez mais giras, mais sofisticadas, com mais status, e a nossa carruagem já tem de ser outra =D

logo à noite fazemos um brinde ao Pips*

5:10 da tarde  
Blogger bolha said...

Que o nosso amado Pips descanse em paz... Aturou-nos muito, ouviu muita coisa, sempre foi muito temperamental e com necessidade de bajulação. Nunca me hei-de esquecer da claque que fazíamos por ele a subir para o bairro alto ou na A5! :)

Pipi como aquele não há igual! E que fique de boquinha fechada porque se falasse...uiiiiiii! Ia tornar-se um best-seller!

*márcia*

4:54 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Ainda me lembro no dia em que ele foi roubado :'( 8 de Março! E da felicidade com que, algumas semanas depois, me telefonaste num domingo, a meio do "Lost", a dizer que o tinham encontrado em Caneças... O Pipi era, de facto, uma instituição! O único carro em que o lugar de co-piloto foi exclusivamente meu durante uma série de tempo! Vai ficar para sempre na minha memória como o Fiat Uno mais fixe de todos os tempos!!

*tunis*

p.s. - 'bora marcar o test drive da "Yoni"?

9:00 da tarde  
Blogger pegueitrinquei said...

também me custou tanto com o meu bombardeiro :( been there, done that!

2:45 da manhã  

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